A fibromialgia é uma síndrome (conjunto de sintomas) que se manifesta, principalmente, pela dor no corpo todo.
Junto com a dor, podem surgir sintomas como fadiga (cansaço), sono não reparador, rigidez muscular ao acordar, tonturas, perda de equilíbrio, dores de cabeça, dificuldade de concentração e memória, dificuldade para articular palavras, ansiedade, irritabilidade, sensação de depressão, oscilações de humor, formigamentos, dormências, intolerâncias (ao frio, à luz, ao barulho, a alimentos), alterações intestinais e urinárias, entre outros.
O paciente fibromiálgico apresenta pontos doloridos e muito sensíveis por todo o corpo (tender points) e uma sensibilidade aumentada, de forma que estímulos que não deveriam causar dor, como o toque e a pressão, por exemplo, sejam percebidos como dor.
Isso tudo ocorre devido a uma falha no mecanismo que regula a percepção da dor dentro do cérebro. É como se essa regulagem estivesse sempre no “volume máximo”, tornando o sistema nervoso sensível a qualquer estímulo. Esse desequilíbrio é chamado de “sensibilização central”.
Além da dor rotineira, poderão surgir eventuais crises (piora significativa da dor e de outros sintomas), que são geralmente desencadeadas por sobrecarga física ou emocional. As crises poderão durar dias, semanas ou meses e a sua melhora dependerá de uma série de fatores como tratamento adequado, repouso, baixo nível de stress emocional e pouca exigência física no momento.
A dor da fibromialgia somada aos outros sintomas causa intenso sofrimento físico e emocional, trazendo grande prejuízo na qualidade de vida do portador. Porém, a fibromialgia não é uma doença progressiva, não é fatal, nem causa danos às articulações e aos órgãos internos.
A síndrome ainda não tem cura, mas se tratada de forma correta seu portador poderá retomar uma vida normal.
A sensação de dor na fibromialgia pode ser percebida na pele, nos músculos, nas fáscias, nos tendões e nas articulações de qualquer região do corpo, sem que haja lesão ou alterações nestes tecidos.
O tipo de dor pode variar muito, porém as formas mais frequentemente relatadas são dor em fincada ou pontada, queimação, agulhada, dor como a de hematoma, dor como se houvesse inflamação e dor latejante.
A intensidade da dor também poderá ser muito variada, indo desde leve até muito intensa.
De uma forma geral, a manifestação da dor é bastante variada, podendo surgir numa região do corpo e se espalhar para outras áreas tomando conta do corpo todo ou ainda se manifestar em determinadas regiões de forma alternada. A sua duração poderá ser de minutos, horas, dias, semanas, meses ou anos, se não houver tratamento correto.
Na rotina de uma pessoa com fibromialgia as limitações podem estar presentes o tempo todo, iniciando pelo momento de acordar. A dificuldade em acordar e levantar da cama ocorre devido à noite mal dormida, ao sono não reparador, à dor e à fadiga. A dor pode já se manifestar em várias partes do corpo. Existe a sensação de que os olhos pesam para abrir e a rigidez muscular faz com que seja necessário ir se movimentando devagar até o movimento fluir.
Geralmente já surgem também dor de cabeça e dificuldades de concentração e memória, fazendo com que o paciente esqueça palavras e nomes a que está acostumado. Eventualmente, até mesmo a pronúncia de algumas palavras pode se tornar difícil, dando a impressão de que a língua está travada. Podem ocorrer também lapsos de memória, fazendo com que a pessoa esqueça o que ia dizer, o que ia fazer, para onde estava indo. Essas situações podem acabar atrapalhando a rotina e causando insegurança.
Algumas pessoas relatam sentir medo de que haja algum dano permanente na memória, o que, felizmente, não acontece. Com o tratamento correto, essas falhas poderão ser revertidas.
Esse conjunto de sintomas costuma causar ansiedade, irritabilidade, oscilações de humor, sensação de desânimo ou depressão pela dificuldade de se manter uma rotina normal e pela sensação constante de impotência física, mental e emocional. Com tantas alterações, dificilmente não haverá prejuízo na rotina pessoal, profissional e social.
Apesar disso tudo é fundamental entender que o tratamento correto poderá proporcionar a remissão dos sintomas e a retomada de uma rotina pessoal e profissional normal, incluindo a prática regular de exercícios físicos.
Uma crise de fibromialgia é quando os sintomas se manifestam de forma mais intensa ou descontrolada gerando prejuízo ainda maior na qualidade de vida. Na crise, a sensibilização é ainda maior e qualquer estímulo, como uma situação estressante, pode desencadear o agravamento dos sintomas. Durante a crise poderão ocorrer incapacidades temporárias para a realização das atividades de rotina, devido principalmente à dor, à fadiga e à indisposição.
Geralmente as crises são desencadeadas por falta de tratamento adequado, sobrecarga física, mental ou emocional, stress prolongado ou privação do sono. Uma crise pode durar dias, semanas ou meses.
A fibromialgia não é uma doença que causa incapacidade permanente. O que pode ocorrer é a incapacidade temporária devido à dor e à fadiga enquanto ela não for devidamente tratada.
A fibromialgia afeta muito mais as mulheres, na proporção de 8 mulheres para cada homem e é mais comum entre 30 e 50 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes. No Brasil está presente em cerca de 5% da população e seu percentual de incidência vem aumentando. Pessoas com doenças autoimunes estão mais propensas a desenvolver fibromialgia.
Sim, a dor da fibromialgia é real e comprovada em pesquisas. Desde a década de 80 existem estudos mostrando que pacientes com fibromialgia apresentam neurotransmissores de dor, como a substância P (de pain, “dor” em inglês), em maior quantidade. Na época, estudos do líquor (líquido que banha a medula e o cérebro), mostraram que as substâncias que levam a sensação de dor para o cérebro estão de três a quatro vezes aumentadas em pacientes com fibromialgia, em comparação com pessoas sem o problema.
Nos últimos 20 anos, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro funcionando em tempo real, é possível mostrar que os pacientes com fibromialgia estão sentindo dor e que, além disso, sentem mais dor do que pessoas sem fibromialgia.
Não se sabe exatamente a causa da fibromialgia, mas as pesquisas apontam sua relação com uma predisposição genética. Também se sabe que o seu surgimento está fortemente ligado a fatores desencadeantes. Esses fatores são muito variados e podem incluir estresse físico, emocional ou mental; situações traumáticas vivenciadas na infância ou na idade adulta; eventos como acidentes, cirurgias ou outros tipos de traumas físicos; infecções virais ou bacterianas; perda de um ente querido; relacionamentos pessoais ou afetivos estressantes; separações traumáticas; abuso sexual; entre outros.
Além disso, pesquisadores observaram que muitas pessoas que desenvolveram fibromialgia, apresentavam anteriormente comportamento perfeccionista, auto cobrança excessiva e a preocupação de dar conta de tudo, vivendo sobrecarregadas física e/ou emocionalmente.
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, não são necessários exames de laboratório ou de imagem para comprovar que ela está presente. O médico precisa realizar uma entrevista minuciosa para conhecer o histórico do paciente, avaliar seus sintomas e realizar um bom exame clínico para localizar os pontos de dor ou sensibilidade.
O melhor profissional para diagnosticar o paciente com fibromialgia é um médico que realmente esteja acostumado a diagnosticar e a tratar esta síndrome, já que ela poderá ser confundida com outras doenças. Atualmente, os especialistas que mais diagnosticam e tratam fibromialgia são o médico especialista em dor e o reumatologista.
A síndrome da fibromialgia possui manifestações clínicas bem características e critérios diagnósticos estabelecidos. Entretanto, ela tem sido confundida com diversos outros distúrbios que também podem causar dor difusa e fadiga, como hipotireoidismo, hiperparatireoidismo primário, baixos níveis de vitamina D, osteomalácia, polimialgia reumática, polimiosite, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren, síndrome paraneoplásica, síndrome da fadiga crônica, depressão e até mesmo reações adversas de alguns tipos de medicamentos. Por isso, a experiência profissional fará toda a diferença para o correto diagnóstico.
Quando há suspeita de fibromialgia, o médico deverá solicitar exames para excluir a presença dessas doenças, que apresentam sintomas semelhantes.
Alguns critérios médicos para o diagnóstico da fibromialgia são:
– dor por mais de três meses pelo corpo;
– presença de alterações e sintomas persistentes característicos da fibromialgia;
– presença de pontos sensíveis ou dolorosos (tender points) pelo corpo.
Até o momento não existe nenhum tipo de exame de laboratório ou de imagem que comprove o diagnóstico da fibromialgia.
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o tratamento correto da fibromialgia pode possibilitar o retorno à vida normal. O caminho para reverter esse quadro complexo de sintomas vai muito além do uso de medicamentos: se faz necessário o reequilíbrio dos aspectos químico, físico e emocional, já que a síndrome envolve desordens nessas três áreas. Em casos mais leves ou quando o tratamento físico é iniciado logo após o início da manifestação dos sintomas, há a possibilidade de tratamento sem a utilização de medicamentos. Nesses casos, o foco será a abordagem física e, se necessário, emocional. Além disso é fundamental entender que a fibromialgia é frequentemente desencadeada por hábitos comportamentais errados, como não respeitar os limites físicos ou emocionais. Por isso, é preciso aprender a conhecer os próprios limites e a respeitá-los. Muitas vezes, para reverter os sintomas da fibromialgia é necessário, além do tratamento físico em si, uma verdadeira mudança comportamental.
Pelo fato da síndrome apresentar um comportamento complexo, realmente é necessário que o tratamento seja realizado por profissionais especializados e com experiência no assunto, isso fará toda a diferença. Além disso, o tratamento deverá ser sempre individualizado, respeitando as características e respostas de cada paciente.
Um dos principais objetivos do tratamento medicamentoso na fibromialgia é auxiliar no reequilíbrio do mecanismo de percepção da dor (neuromodulação) e, para isso, geralmente utiliza-se a associação de alguns medicamentos, começando com pequenas doses de cada um.
Além disso, são utilizados medicamentos para aliviar a dor, promover o relaxamento muscular, diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade do sono. O tratamento pode incluir analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares, ansiolíticos, entre outros.
Os analgésicos podem ajudar a diminuir a dor, porém na fibromialgia seu efeito é limitado. Eles agem bem em dores com causa conhecida, mas tem menos efeito nas situações em que o cérebro amplifica a dor. Isto não significa que os analgésicos não funcionem; muitas vezes, quando se retira o analgésico é que se nota que ele estava sendo útil. Os relaxantes musculares juntamente com os analgésicos poderão ajudar a proporcionar uma musculatura mais relaxada, o que também pode contribuir para o alívio da dor e para a melhora do sono.
Os antidepressivos podem ser fundamentais para reduzir a sensibilização do sistema nervoso que amplifica a percepção da dor, principalmente na fase inicial do tratamento. Na fibromialgia, a percepção errada da dor ocorre em parte por alterações dos níveis de neurotransmissores no sistema nervoso. Os antidepressivos atuam reequilibrando a quantidade de neurotransmissores que diminuem a dor, sendo por isso eficazes e utilizados no tratamento. Os anticonvulsivantes também poderão auxiliar nesse processo.
O tratamento medicamentoso sempre deverá ser prescrito pelo médico.
O tratamento físico é um grande diferencial para reverter os sintomas da fibromialgia e possibilitar o retorno à vida normal. Ele consiste em abordar diretamente a musculatura e os demais tecidos corporais que sofreram alterações, modificando essa condição.
Atualmente sabe-se que o tratamento medicamentoso de forma isolada tem resultados limitados para a fibromialgia e que seus efeitos colaterais muitas vezes levam o paciente ao abandono do tratamento. Já os tratamentos físicos como a fisioterapia convencional, por exemplo, não conseguem proporcionar os resultados esperados porque o paciente fibromiálgico não responde da mesma forma que o não fibromiálgico aos estímulos recebidos.
É por essa razão que o paciente com fibromialgia necessita de um tratamento físico muito específico, que respeite a sua sensibilização, mas que ao mesmo tempo proporcione uma verdadeira modificação da sua condição corporal.
Sabendo disso, a Fibroclínica desenvolveu um método próprio de tratamento físico, composto por duas fases: desprogramação neuromuscular e reprogramação neuromuscular.
A primeira fase do tratamento tem como foco a dessensibilização do sistema nervoso central; ela proporciona alívio da dor, tensão, fadiga e rigidez, devolvendo o bem-estar e a sensação de leveza.
Já a segunda fase desenvolve a consciência corporal, a percepção da capacidade física e vai gradualmente promovendo o reequilíbrio dos grupos musculares, tornando-os fortes, flexíveis e relaxados. Com isso, o paciente voltará a experimentar a sensação de movimentar-se de forma leve, fluida e prazerosa.
A segunda fase possibilita a manutenção dos resultados obtidos na primeira fase e, além disso, uma evolução gradual da capacidade física, tornando o paciente apto a retomar sua vida normal e a incorporar os exercícios físicos à sua rotina de forma segura e eficaz.
É importante salientar que o tratamento físico bem conduzido poderá proporcionar a redução gradual até chegar à suspensão do tratamento medicamentoso, na maioria dos casos.
A psicoterapia tem como objetivo principal compreender o funcionamento emocional do paciente, contribuindo na estruturação e organização psíquica, com o intuito de aliviar ou proporcionar o desaparecimento de sintomas.
A psicoterapia, aliada aos demais tratamentos, é fundamental para os pacientes com fibromialgia, pois suportar dores, fadiga, mal-estar e sensação de impotência diariamente não é nada fácil e pensamentos de tristeza, angústia e desesperança são comuns nessa situação. Aprender a lidar com esses pensamentos permite que o paciente aprenda a conhecer seus limites possibilitando a tão desejada qualidade de vida. Além disso, no processo de tratamento da fibromialgia, é fundamental entender quais fatores podem ter contribuído para o seu surgimento e se há fatores que fazem com que os sintomas piorem. Muitas vezes, os sintomas têm origem em situações vivenciadas na infância e, na psicanálise, o psicoterapeuta auxilia o paciente a buscar essas memórias no passado e transformá-las de forma positiva.
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